Krenak

Por Michelle Tsai Gomez

Introdução aos Krenak

Recursos:

  1. Krenak – Povos Indígenas do Brasil
  2. Povo Krenak – Arquivo Nacional
  3. Krenak – Indígenas do Brasil

Imagem: Krenak – As Comunidades Indígenas em Minas Gerais

O povo Krenak, também conhecido como os Borun, são os últimos Botocudos do Leste.  Eles foram vítimas de muitos massacres que o governo colonial sempre declarava “guerras justas”. Hoje em dia, todos moram numa região muito menor e que eles tiveram que conquistar com muita dificuldade. Seu nome vem do nome do líder que comandou a cisão dos Gutrek do rio Pancas no século vinte. O povo pertence ao grupo linguístico Macro-Jê, e eles falam uma língua denominada Borun. Até o momento do contato, em 1910, eram caçadores e coletores seminômades. Um grande componente da religião do povo é baseado em espíritos da natureza. O território original dos Botocudos era na Mata Atlântica e foram expulsos inicialmente pelos Tupi e como resultado foram deslocados para o sul do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo. Desde os primeiros contatos com o povo branco não indígena ainda no século dezesseis, eles eram acusados de canibalismo, mas não se pode confirmar isto em nenhuma documentação. Isto sempre foi parte do grande argumento para justificar a Guerra Justa e influenciar outros grupos indígenas com quem viviam em conflito, incluindo os Tupi, Pataxó, e Kamakã-Mongoió, entre alguns outros. 

A primeira Carta Régia determinava a guerra contra os Botocudos de Minas Gerais para garantir a expansão da conquista. A segunda autorizava o Governador e Capitão General a criarem uma tropa especializada no combate a índios para poder realizar a guerra determinada na Carta Régia anterior. Finalmente, a terceira falava de planos para promover a educação religiosa dos índios e seu controle de navegação dos rios e os cultivos dos terrenos. As três Cartas Régias se referem à capitania de Minas Gerais, e suas deliberações foram estendidas às capitanias da Bahia e Espírito Santo no mesmo ano para atender às solicitações de seus governadores. Séculos depois, violência contra os Krenak e outros povos foi objeto de investigação da Comissão Nacional da Verdade, instituída em 2011 com a intenção de apurar violações aos direitos humanos no período entre setembro de 1946 a outubro de 1988. A Comissão Nacional da Verdade disse que pelo menos 8,350 indígenas foram mortos no período investigado, durante a ditadura militar. 

O Território Indígena Krenak agora soma a um total de 3,983,009 hectares. A população Krenak soma a mais ou menos 230 pessoas, com pouco mais de trinta famílias nucleares distribuídas em três aldeias, algumas distando até quilômetros das outras. A principal aldeia é Barra do Eme ao sul da Terra, na confluência do Rio Eme com o Rio Doce e tem uma escola indígena. A Aldeia do Córrego da Gata está ao noroeste da Terra e também tem uma escola.