Tikuna

Por Emilia Tamayo

Os Ticuna: Uma Introdução

Origens e deslocamento

Hoje, os Ticunas vivem no estado de Amazonas, Colômbia, e Peru. Os mitos deles indicam que suas origens são precisamente na fronteira entre estes lugares. Os mitos dos Ticuna dizem que o povo nasceu do igarapé Eware, que sai do igarapé São Jerônimo. Este é um tributário da margem esquerda do rio Solimões, que fica na fronteira sul da Colômbia com o Brasil. Hoje, os mais velhos também contam as histórias de seus avós e suas guerras. Segundo eles, no passado a guerra era um aspecto essencial da relação entre os Ticuna e as diferentes nações. Mas, agora os mais velhos falam desses tempos com desagrado, valorizando a convivência mais tranqüila de hoje.

Esta área ainda tem a mais forte concentração dos Ticunas. 42 das 59 aldeias reconhecidas estão aqui. No total, os Ticunas moram em mais de 20 terras indígenas. Hoje, eles são o mais numeroso povo indígena na Amazônia.

Os Ticunas viveram um processo intenso de deslocamento pelo rio Solimões. Foram vítimas da chegada dos seringueiros, madeireiros, e pescadores. Hoje a violência tem diminuído, mas agora a comunidade enfrenta as dificuldades de sustentabilidade econômica. Faz somente trinta anos que os Ticunas conquistaram reconhecimento da maioria de suas terras pelo governo do Brasil.

Movimentos Messiânicos

Os Ticunas tem sido conhecidos por seus movimentos messiânicos. Segundo os primeiros pesquisadores dos Ticuna, Curt Nimuendaju e Maurício Vinhas, as manifestações messiânicas foram entre os princípios do século 20 até 1961. Porque acabou tão de repente? Porque nesse ano chegou uma epidemia, dizimando os membros do movimento.

Nimuendaju e Vinhas dizem que o primeiro movimento foi no princípio do século 20. Nesse momento, uma jovem Ticuna começou a ter visões e a profetizar de algum deus. Isto atraiu os Ticunas dos três países, Colômbia, Brasil, e Peru, para ver o que acontecia com a menina.

Preservação da Língua

Os Ticunas têm uma Organização Geral dos Ticunas Bilíngües (OGPTB). Esta organização começou há mais de 40 anos. Eles cuidam da educação bilíngüe para preservar sua língua. Também trabalham para implementar melhores escolas nas comunidades. Hoje, OGPTB também tem a participação dos outros grupos étnicos do alto do rio Solimões.